jun/2019
Terra Natal
Elizabete ( Birtulina)
Tem dia que dá uma "sodade", das bandas de lá...
O coração aperta no peito...da vontade de vorta...
Seguro a lágrima no Zóí...pra "mode" eu num chorá.
Lembro do gato, do cachorro e também da sábia...
Da minha Santa mãezinha,já cansada de rezá...
esperando de Deus noss sinhô a graça de um dia,
a nossa casinha visitá.
Tomá banho na cachoeira, antes do córrego secá...
"Pegá" um timboré e depois Sortá, pra "mod" ver ele nadá.
Por o pé na "istrada",subi Serra, "descê" ladeiras e no meio do "camin" uma cagaita chupá.
Eita "sodade" me dá, das noites de lua cheia,
das cantigas de roda a noite inteira.
"Dançá" forró de "Ti Ped" e comer os quitutes de D. Micina.
"Sodade" dos Fi de Gustavo e as meninas de Adalcina.
Tudo isso me dá "sodade", e diminui o meu viver, "sodade" ainda é maior das mininas de Tia Tê.
É de cortá o coração ao lembrar de Tia zinha,
Sem "contá" a "sodade", do requeijão de D. Sãozinha.
"Dot lad" era Guida, "lad de ca", Osvaldina.
Eram as melhores biscoitera, dos meus tempos de menina.
"Sodade" de tomá, uma cuia de caldo de cana,
a melhor que tinha era a de João Viana.
E nos caminhos da Lagoa da uma "sodade" de Tia inhá,
subi o último andar da Fazenda e avistá nosso lugar...
Descê gravatá abaixo, sem passar no carapicho,
Dá passadinha no córrego seco, tomar a benção de tio Nicho.
Eita sodade cumprida,
da forofa de carne socada feita com as mãos de Tia Pida.
Subindo Gravatá acima e "chegá" la no borá,
tomar café com biscoito, esse não podia "fartá".
Tomar uma Boralina ,
a melhor do lugar.
"Sodade" danada, que me faz mal.
Eu não posso "isquecê", Dos picnic no sonrisal.
E ainda "as dispois", andar de cavalo.
Muita "sodade" eu tenho, dos tempos de adolescência
muita falta me faz, e me remete a inocência.